Poesia não se serve
nem com banquete nem a la carte
em pratos rasos e xícaras pequenas sem açúcar
Poesia não se serve
pra quem tá ocupado das coisas sem carisma
e corta a carne da rotina
Poesia não se serve
no almoço ou no café
que se come depressa sem sal no olho
Poesia não se serve
com talher e babador
de quem não quer se sujar
Poesia se come com a mão
pra escorrer na boca e derramar por dentro
Gosto de coisas mal servidas.
Isabelle Borges